terça-feira, agosto 19, 2008

QUANDO DÓI O CORAÇÃO


Quando dói o coração
todo o corpo dói.
Por que permitimos
que as pessoas entrem assim
tão dentro da gente
a ponto de saírem carregando
um pedaço de nós quando partem?
Por que nos damos tanto,
nos entregamos tanto,
nos deixamos tanto
em mãos não tão cuidadosas
dos nossos sentimentos?
Deveríamos aprender a ficar na margem,
olhando de longe a paisagem calma
e nos satisfazer dessa visão,
como quem se fascina com uma miragem.
Mas não nos satisfaz olhar.
Humanos que somos,
precisamos absolutamente sentir,
ao risco de nos afogar...
e mergulhamos inteiramente.
E, vida afora, vamos mergulhando
em promessas de amor eterno,
felicidade infinita e mar de rosas.
Não nos questionamos
sobre probabilidades
de perdas e decepções,
pois só de pensar já é doloroso.
Dói... dói... dói e dói!...
Mas isso não vai nos impedir de continuar,
não vai nos impedir de viver!
Pedaços de nós
são ainda partes de nós
e ninguém disse que precisamos
chegar à velhice
inteiros e sem marcas.
Isso é vida!!!
Não desistir,
manter-se de pé,
doendo, mas de pé.
Cabeça erguida
na direção do desconhecido
e peito cheio de esperança
que a próxima vez será diferente.
Grandes artistas
obtiveram o melhor das suas obras
nos grandes momentos
de aflição e dor.
Faça o mesmo:
Mostre o que de grande há em você
tirando partido das suas decepções!
Construa-se!
Tenha em mente
que não é você
que não foi digno daquele amor,
mas aquele amor
que não foi digno de você.
E se faz parte da vida caminhar
entre flores e espinhos,
não se esquive do caminho.
Caminhe!!!
Amanhã talvez seja diferente.
E talvez não.
Mas entre as subidas e descidas,
você vai ter sobrevivido.
E vai ter, sobretudo, vivido.



Letícia Thompson

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