segunda-feira, setembro 03, 2007


AH! SE EU PUDESSE!


Às vezes, gostaria de soltar o verbo Da minha garganta árida e poder Dizer tudo isso que me queima Por dentro das paredes flácidas Do meu estômago que nauseia Quando tenho que engolir... Todas as palavras mal ditas Que ocasiona meu riso amargo... Às vezes, gostaria de desatar os nós Dos punhos que me prendem... Nesta cela estreita onde ora me escondo Com medo do grito de liberdade Que encolhe meus tímpanos ocos Que ofusca meus olhos cegos de ver Que suga meu sangue nas veias de aço... Às vezes, gostaria de alforriar... Essa alma escrava que habita em mim Dizer tudo que penso do mundo e das pessoas Falar tudo que me desnorteia o coração Bradar evocações sem direção exata... Sair sem tempo pra retornar Voltar sem respostas e indagações Correr sem cansar Andar sem pressa Sorrir sem chorar Desabotoar o casaco que veste o frio E deixá-lo desnudo diante da minha visão! Às vezes, eu gostaria de subir aos céus Com um belo cavalo alado (todo branco) E conhecer o paraíso que me espera... Mas, acho que me perdi de Deus!


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