Alguns dias atrás ganhei de uma pessoa muito querida o livro da poetisa Sylvia Plath, as palavras dela me calam é realmente fora de série.
Estou adorando a leitura. E por esse motivo achei interessante falar um pouquinho dela aqui.
Para quem nunca ouviu falar de Plath, ela nasceu em Boston, EUA, em 1932. Teve uma vida melancólica e atormentada, tentou o suicídio por mais de uma vez, casou com o poeta inglês Ted Hughes, por quem era loucamente apaixonada. Teve dois filhos. E após o nascimento do segundo filho do casal, Plath descobre a traição de Ted. Descasou em 1962... e em 11 de fevereiro de 1963, Sylvia Plath aos 31 anos de idade cometia suicídio inspirando gás na cozinha de sua residência.
Seus principais poemas foram escritos nos seus últimos meses de vida após a separação.
Escreveu compulsivamente poemas que lidavam direta ou indiretamente sobre sua agonia interior, sobre os limites extremos da alma que beiravam o delírio, a loucura.
Sylvia teve uma vida conturbada. Vítima de uma depressão crônica, não hesitou usar a morte para superar a decepção com o marido, e expressou sua dor da forma mais pura possível, como nos poemas abaixo
E então o fluir azul e insubstancial
De montanha e distância.
Leoa do Senhor como nos unimos
Eixo de calcanhares e joelhos!... O sulco
Afunda e passa irmão
Do arco tenso
Do pescoço que não consigo dobrar.
Sementes
De olhos negros lançam escuros
Anzóis...
Negro, doce sangue na boca,
Sombra,
Um outro vôo
Me arrasta pelo ar...
Coxas, pêlos;
Escamas e calcanhares.
Branca
Godiva, descasco
Mãos mortas, asperezas mortas.
E então
Ondulo como trigo, um brilho de mares.
O grito da criança
Escorre pela parede.
E eu
Sou a flexa,
O orvalho que voa,
Suicida, unido com o impulso
Dentro do olho
Vermelho, caldeirão da manhã.
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)
Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)
Para quem gosta desse tipo de leitura eu recomendo.
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