Uma conversa com meu coração...

Hoje estou aqui pra conversar com você... Com você mesmo, meu “coração”.
Mas, não me refiro ao meu coração ou órgão literal, e sim, ao coração figurativo que representa, a minha inteira personalidade interior, a parte central em geral, o íntimo, conforme se manifesta em todas as minhas diversas atividades, nos meus desejos, afeições, emoções, paixões, objetivos, meus pensamentos, percepções, imaginações, minha sabedoria, conhecimento, habilidades, meus raciocínios, minha memória e minha consciência em mim mesma. Ora tão traiçoeiro, ora tão generoso... Existem tantas perguntas a lhe fazer, e tão poucas respostas.

Queria entender, como você (meu “coração”) consegue manifestar todos esses sentimentos ao mesmo tempo? Como consegue dominar o meu ser? Fazendo-me uma pessoa tão sensível, muitas vezes feliz, mas na maioria das vezes tão amargurada, tão desiludida...

Por que amar perdidamente? Por que a saudade tem que existir? E persistir em deixar essa dor insuportável, afinal, o que é essa dor? Por que ter a sensação que sempre estou só, mesmo com muitas pessoas ao meu redor, que sentimento de solidão é esse? E essas lágrimas? Por que se tem que chorar? Por que tudo isso que só causa sofrimento? E porque os sentimentos de alegria são tão poucos? Por quê?

Não brigarei com você meu “coração” por falta dessas respostas, até porque você ainda me dá forças suficientes para mostrar que o amor existe, e que ele supera o ódio e o rancor que o ser humano pode nutrir tão facilmente. Mas, estou lutando ao máximo contra tais sentimentos que insistem em me destruir. Pois, já que viver sem você é inevitável e a minha busca da felicidade é eterna, tenho que me acostumar que nem sempre você, “meu coração” está de bem com a vida... Enfim, lutaremos juntos, até chegarmos a algum lugar...